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O jornalismo do Mídia Ninja no Roda Viva

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Por Helio Fernandes (da Tribuna da Imprensa

(Enviado por Sérgio Caldieri) O programa da TV Cultura Roda Viva nunca entrou no meu roteiro ou na minha programação do fim de noite. Anteontem, quebrei essa rotina, queria conhecer os líderes do Mídia Ninja, Pedro Torturra e Pablo Capilé. Não sabia como eles eram, nem física nem mentalmente.

Clique aqui para ver o vídeo da entrrevista

Nos primeiros 40 minutos, Pablo Capilé me assombrou. Falou sem parar por duas vezes. A primeira, 9 minutos, a segunda, outros 12. Massacrou a todos. Há muito tempo não via alguém pensar em tal PROFUNDIDADE e expor com tal VELOCIDADE. 

Nos dois monólogos, sem hesitação, voz firme e segura, nenhuma parada sequer para respirar ou beber água. Os entrevistadores (?) desnorteados e desencontrados, acompanhavam a sua fala magistral, não tiravam os olhos dele. E quando parou, e cabia a eles perguntarem, desfilaram uma quantidade de tolices, bobagens, coisas sem importância. Nada que merecesse resposta.

Oitenta por cento dos participantes não sabiam o que perguntar, incluindo o dirigente do programa (já demitido), chato, monótono, cansativo, que tentava confundi-los. E quase todos procuravam engasgar os dirigentes do Mídia Ninja, com dois tipos de evolução. – 1 – Como vocês vivem, com que recursos? 2 – Qual a ideologia de vocês?

Para minha sorte de repórter, Capilé retomou a palavra, inundou a todos em casa e até no exterior. Nos 12 minutos da segunda fala, foi sendo acompanhado por “postagem” no twitter, facebook e outras formas de tecnologia.

Até do exterior vinham comunicações, como por exemplo Bernardo Mello Franco, correspondente da Folha na Inglaterra. De Nova York, muitas, o programa “bateu” audiência inédita. 

Nessa segunda aparição, quebrando o silêncio generoso para não humilhar ninguém, Capilé exibiu um repertório de dados e informações, sufocando a bancada, fatos que não podiam ser assimilados ou respondidos.

Puxa, foi cerebralmente de uma ponta a outra do país, desfilando dados, números, como funciona o Mídia Ninja, e isso, segundo ele, com 10 anos de existência.

Lógico, não garanto que tudo era irrefutável, mas ninguém contestou uma linha. Se não era verdade, é impossível “inventar” daquela maneira e com a profusão de dados que desfilava. 

Os que estavam na bancada, tentavam se defender usando 4 ou 5 minutos para não pensar nada e 1 minuto para “construir” a pergunta. Quem não sabe pensar não sabe redigir, seja de forma falada ou escrita.

A partir daí, o programa se arrastou, ganhava alguma vitalidade com Pedro Torturra, mas eles evitavam ocupar o mesmo espaço ou o mesmo tempo. No finalzinho, mais sabedoria da Pablo Capilé. Terminado o programa, os entrevistadores, estáticos, naufragaram em terra seca. E sabiam disso.

O Roda Viva, que pretendia destruir o Mídia Ninja, saiu da mesmice habitual, para consagrá-los. Acho que eles, como este repórter, não sabiam nada sobre o Ninja, que surpresa estonteante.

Tirando Capilé e Torturra, quem tirou nota 10 no programa foi Paulo Caruso. Desenhos maravilhosos. E que texto. “Gozava” todos os participantes, de forma irreverente, num traço magnífico. Mas com contexto admirável, crítico, elegante, sem exagero. Puxa, Paulo, que sucesso, o Millôr iria adorar. 

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