(Programa reproduzido pela TV Cidade Livre de Brasília, Canal 12 da NET (só DF) às segunda às sete da manhã, quartas, 19:30 e quintas, 13 horas)
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, se abriu nesta videoentrevista ao cafenapolitica.com.br e TV Cidade Livre de Brasília. Ele apontou as causas profundas que movem as denúncias sistemáticas contra o seu ministério, quando o Brasil vive seu momento mais virtuoso no emprego de sua população: um índice de 4,6 % de desempregados, enquanto países europeus, como a Espanha, beiram os 30%, sendo que 60% entre a juventude. Nossa reportagem queria entender a razão de tanta crítica por parte da chamada grande mídia e o ministro começou a explicar a razão histórica delas:
Tais denúncias, segundo Manoel Dias, vem desde a criação do Ministério, pelo Getúlio Vargas, no bojo da Revolução de 30: “Vargas, para organizar os sindicatos, precisou chamar o Exército para garantir as reuniões dos trabalhadores (do contrário seriam impedidos pelos capatazes). Além do mais, aqui foi sempre uma casa do grande debate do trabalho com o capital. O ministro João Goulart deu um aumento de 100% do salário mínimo, que gerou muita polêmica (o ministro teve de pedir demissão, mas o aumento foi assegurado)”. A partir de então, a meta foi sempre preservar os direitos trabalhistas e a CLT e nunca subtraí-los.
Manoel Dias diz entender as críticas e as denúncias constantes (sempre infundadas e nunca comprovadas, no seu entender, inclusive as que acabaram por forçar a renúncia do ex-ministro Carlos Lupi, seu antecessor e também escolhido por Leonel Brizola para defender o legado brizolista no PDT):
“Sei que agora sou a bola da vez. Mataram o Getúlio, derrubaram e mataram o João Goulart, por que vou reclamar?”
O ministro disse contudo que vai garantir a postura republicana adotada tanto por Jango como por Lupi e ele próprio: “Estamos ao lado dos trabalhadores, fazendo a conciliação do trabalho como capital. De mim, pessoalmente, não vão encontrar nada que comprometa a minha honra nestes quase 60 anos de vida pública.
O ministro concedeu esta entrevista no dia 13 de março de 2014, 50o. aniversário do Comício da Central, o fato político que precipitou a deposição de Goulart. e também da cassação do mandato do atual ministro como deputado por Santa Catarina, pelo AI-5, em 1979. Eleacredita, finalmente, que nenhuma campanha sistemática vai conseguir reverter o quadro de bonança atual que vive o Brasil. E isto, segundo ele, não se restringe ao índice mínimo de desocupação, mas principalemente ao conjunto da obra dos presidentes Lula e Dilma, que já proporcionaram um aumento real de 74% no salário-mínio, a ascensão de 36 milhões de pessoas na classe média e recordes este ano na produção da agricultura e da indústria, quando o resto do mundo ainda se debate na recessão. Finalmente, ele diz que, pr determinação da presidenta Dilma Rousseff, o ministério do trabalho está se modernizando, tendo já informatizado seu setor de imigração, que economizou 10 milhões de reais em papel, a diminuição de 45 para dez dias a demora nos processos trabalhistas e brevemente vai adotar digitalização da carteira profissional.