Nesta entrevista de FC Leite Filho com Santiago O’Donnell, autor de dois livros – Argenleaks e Politileaks -, se pode ter ideia do nível da interferência na vida política, social, econômica e judicial da embaixada dos Estados Unidos na Argentina. Os livros de O’Donnel, que sofreram o boicote da mídia e do mundo editorial no Brasil e em outros países, são agora considerados essenciais para entender a atuação do procurador Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento quando se aprestava para denunciar a presidenta Cristina Kirchner.

Best-seller durante várias semanas em Buenos Aires, esses livros de O’Donnell foram produzidos a partir de 2.500 documentos do Wikileaks, que lhe foram cedidos pessoalmente pelo diretor Julian Assange, e de sua vivência como repórter policial e político, inclusive com passagens de quatro anos no Washington Post e no Los Angeles Times. O’Donnel é atualmente editor internacional do jornal Página 12.
Já Alberto Nisman manteve sua aura de herói midiático até a descoberta de seus negócios sujos que foram pipocando na medida que avançavam as investigações sobre sua morte. Nisman é agora acusado de apropriação de parte dos salários de seu principal assistente na Procuradoria Especial para investigar o atentado à entidade judia AMIA, do qual resultaram 80 mortos, de viagem com amantes no Caribe à custa do erário e de operar uma conta secreta num banco de Nova York. Isto acabou colaborando para o aumento do prestígio popular da presidenta, a quem ele pretendeu difamá-la.

Por trás de todo o episódio, está a embaixada dos Estados Unidos, a qual, com a colaboração dos serviços secretos americanos e israelenses, interferiu para que a investigação do procurador se concentrasse em responsabilizar um grupo de funcionários iranianos, desconsiderando outras pistas como a chamada conexão síria e o submundo dos agentes locais de inteligência, dos próprios Estados Unidos e de Israel. Veja os detalhes desta operação nesta entrevista do Café na Política e da TV Cidade Livre de Brasília, canal 12 da NET, e no Youtube.

Última entrevista de O’Donnel com Julian Assange em Tecnópolis