O professor e jornalista J. Carlos Assis lança, nesta quinta, 10/12/15, em Brasília, seu 22o. livro Os sete mandamentos do jornalismo investigativo,no restaurangte Faz Bem, SCLN 407, Bloco E, Asa Norte. Trata-se de análise que, com base no pioneirismo do autor, que reavivou este tipo de jornalismo na economia lá pelos fins da ditadura de 1964, um gênero que hoje se reveste de um caráter sensacionalista e mesmo golpista, como são exemplos as últimas reportagens de nossas revistas semanais e grandes jornais.
– Assis acusa este tipo de reportagem de ter tomado rumos que a comparam agora “a uma farsa” – diz José Pinheiro Junior, do site Observatório da Imprensa -. Ele reproduz as situações práticas vividas em reportagens do dia-a-dia ou em campanhas jornalísticas e mostra através de mandamentos os critérios que balizam o autêntico jornalismo investigativo que independeria da ajuda da polícia, da justiça ou da promotoria pública “para se realizar com ética e decência”. Neste ponto, ele ataca diretamente o comportamento da grande mídia – face às revelações obtidas com a operação Lava-Jato –, que noticia desvios de verbas vultosas não como fruto de investigação e comprovação, “mas como artifícios simplesmente declaratórios”.
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CONVITE
PARA O LANÇAMENTO DE
“OS SETE MANDAMENTOS DO JORNALISMO INVESTIGATIVO” E “ALIANÇA PARA O BRASIL”
DE JOSÉ. CARLOS DE ASSIS
DATA: 10 DE DEZEMBRO DE 2015, ÀS 18H (quinta-feira)
LOCAL: LANCHONTE FAZ BEM
http://www.fazbemvegan.com/
ENDEREÇO: SETOR COMERCIAL LOCAL NORTE, 407, BLOCO E
Asa Norte
HAVERÁ BREVE PALESTRA DO AUTOR E BATE PAPO COM OS PRESENTES SOBRE COMO A GRANDE MÍDIA MAGNIFICOU A CRISE BRASILEIRA E COMO SUA SUPERAÇÃO DEPENDE SOBRETUDO DE UM PACTO POLÍTICO CONTRA O GOLPISMO EM ARTICULAÇÃO ATRAVÉS DA “ALIANÇA PELO BRASIL”, EM CONSTRUÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL E NA SOCIEDADE CIVIL.
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Artigo de José Pinheiro Junior
Chega às livrarias o vigésimo segundo livro do jornalista e economista J. Carlos de Assis, intitulado Os sete mandamentos do jornalismo investigativo. Escrito na primeira pessoa, a obra documenta o pioneirismo do autor, que “praticamente inventou o jornalismo investigativo em matéria econômica na imprensa brasileira no final da ditadura” – segundo sua própria reivindicação.
Assis acusa este tipo de reportagem de ter tomado rumos que a comparam agora “a uma farsa”. Ele reproduz as situações práticas vividas em reportagens do dia-a-dia ou em campanhas jornalísticas e mostra através de mandamentos os critérios que balizam o autêntico jornalismo investigativo que independeria da ajuda da polícia, da justiça ou da promotoria pública “para se realizar com ética e decência”. Neste ponto, ele ataca diretamente o comportamento da grande mídia – face às revelações obtidas com a operação Lava-Jato –, que noticia desvios de verbas vultosas não como fruto de investigação e comprovação, “mas como artifícios simplesmente declaratórios”.
Os sete mandamentos abre com a narrativa da primeira experiência do autor quando repórter do antigo O Jornal, do Rio de Janeiro, nos anos 1970. Tratava-se de uma denúncia por ele investigada em cumprimento a uma pauta da chefia de reportagem que pretendia fosse algo útil à sociedade. Logo, porém, o repórter descobriria – através de uma suíte de prosseguimento do noticiário – que seu pretenso profissionalismo violava princípios humanos de ética, ferindo as boas intenções do repórter e os interesses maiores da própria sociedade, tendo em vista o conteúdo da matéria, que podia ser usada levianamente para destruir postos de trabalho e subsistências pessoais.
Tal como aconteceria agora com a Lava-Jato, desencadeando ondas de desemprego e ameaçando o patrimônio empresarial brasileiro, ao invés de circunscrever-se aos culpados pessoais de todos os níveis. Baseando, inclusive, a imputação de crimes gravíssimos à nova e dúbia instituição da delação premiada explicitamente estigmatizada pela presidente da República. O prêmio de redução de pena para o criminoso confesso que passaria a ter voz de credibilidade se configura como esdrúxula importação jurídica com repugnância provocada em várias nações civilizadas e atualizadas no combate à corrupção e ao suborno político-empresarial.
Assis argumenta, assim, que o jornalismo investigativo, embora poderoso como arma para deter a corrupção, barrar a impunidade e desbaratar a dilapidação do patrimônio público, pode também ser uma arma perniciosamente manejada para expor pessoas honestas a vexames irreparáveis, convertendo-se ainda em instrumento de calúnia, injúria e difamação, capaz de provocar danos maiores do que os que pretenderia corrigir, numa maldição que acabará por atingir a própria mídia de forma irreparável através dos anos, acentuando as dificuldades de sobrevivência do jornalismo impresso face à digital “invasão da internet”.
O livro de Assis pode ser de grande utilidade para professores de comunicação, orientadores de teses nessa área e estudioso da relação entre Jornalismo e Liberdade, Imprensa e Responsabilidade Social: “Quero, porém, direcionar meus depoimentos em primeiro lugar”, alerta o autor, “para jovens repórteres que se propõem a trilhar o jornalismo investigativo com inteligência, ética e coragem.” Autor de pelo menos três best-sellers entre 22 obras que marcaram época no jornalismo econômico nacional – A chave do tesouro, Os mandarins da República e A dupla face da corrupção –, Assis é formado em Economia pela UFRJ, onde também fez doutorado em Engenharia de Produção. De 2006 a 2015 foi professor de Economia Internacional na Universidade Estadual da Paraíba e trabalhou como redator e colunista no Jornal do Brasil, no Globo, na Folha de S.Paulo e no O Jornal.
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José Pinheiro Junior é jornalista