Por FC Leite Filho
Em meio a a esta onda devastadora da direita, que já tomou o governo da Argentina, e agora ameaça levar de roldão, num golpe parlamentar paraguaio, a Venezuela e o Brasil, enfim uma notícia boa. O partido Podemos, refeito do massacre midiático que vem sofrendo há mais de seis meses, volta a ser competitivo na eleição parlamentar deste domingo, 20 de dezzembro. Está a menos de dois por cento do PSOE, da esquerda domesticada, e cinco do PP, partido no poder.
Surgido dos movimentos dos indignados do 15M (manifestação histórica 15 de maio de 2011), o Podemos volta a crescer nesta reta final da campanha pelo governo nacional. Rebaixado de quase primeiro, por uma truculenta campanha de intrigas das corporações financeiras e da mídia hegemônica, para o quarto ou quinto lugar entre os principais partidos espanhóis.
O Podemos é integrado, essencialmente, por estudantes e professores da Universidade Complutense de Madri, na maioria cientistas políticos, que se debruçaram sobre as experiências de Hugo Chávez, Lula e os Kirchner, para organizar seu programa de governo. Seu líder é Pablo Iglesias, de apenas 38 anos. Sua relativa inexperiência e mensagem franca em favor dos oprimidos, levaram os velhos políticos e as elites ainda muito giadas ao franquismo, a associá-lo com o bolivarianismo de Hugo Chávez, na América Latina. Por isso, perdeu pontos, mas, depois de alguns ajustes, em que não renegaram os avanços da América Latina, volta à tona.
Tendo como antídoto para os males da Espanha (desemprego acimados 20% contra 7% da Venezuela e 4,9% da Argentina), os programas dos governos progressistas da América Latina, o Podemos está, segundo a última pesquisa divulgada hoje pela Mtroscopia, a menos de dois pontos do PSOE, partido de Felipe Gonzávez, o segundo colocado. Em primeiro lugar, está o partido de direita PP, atualmente no poder, com Mariano Rajoy à frente, com quase cinco pontos de vantagem.
Seria quase um empate técnico, se podemos confiar nas pesquisas, as quais, por seu tradicional acumpliciamento com o grande capital, tende a desqualificar e inabilitar os partidos progressistas. Está assim definida situação dos principais partidos nesta eleição: PP, 25,3%, PSOE, em segundo, 21%, Podemos (19,1%), Ciudadanos (18,2%). O Ciudadanos, novo partido de direita, vinha sendo impulsionado pelas corporações para travar o caminho de Podemos à chefia do governo na España.