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Moratória de Equador pode ser o estopim de outras

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A crise financeira mundial deve assumir um novo perfil, agora que os países pobres, premidos pelas suas conseqüências devastadoras, começam a partir para o calote. Hoje, é o Equador, que vem a declarar moratória de sua dívida externa após decisão de não pagar a parcela de US$ 30,6 milhões do seu bônus global 2012, que vence na segunda-feira.

Outros países, de peso maior, em termos estratégicos ou geopolíticos, podem seguir este caminho, sobretudo se persistir a queda do preço do petróleo, hoje abaixo dos 40 dólares, e que constitui a base da economia de muitos deles, inclusive do próprio Equador. Tais países, já envolvidos em sérios contenciosos de ordem política com seus credores, casos do Irã e da Venezuela e alguns outros, poderiam seguir o mesmo caminho do default, numa espiral que poderá arrastar outros povos atolados na dívida e na ciranda financeira.

A última moratória de que se tem notícia foi aquela declarada pelo ex-presidente da República, Itamar Franco, ao assumir como governador do Estado de Minas Gerais. Ele decretou a moratória do Estado de Minas Gerais, alegando a necessidade de se empreender uma auditoria na dívida estadual que, entre outros pontos, era atrelada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, enquanto estados como São Paulo negociaram suas dívidas a uma taxa de 6%. O mercado mundial, sobretudo o de ações, sofreu forte abalo com a moratória mineira, mesmo em se tratando de uma atitude isolada de um estado brasileiro em relação ao governo federal de seu país.

É que o mercado vinha se refazendo da crise financeira asiática, que, em 1997 atingira seu auge, depois de provocar a quebra do México e dos chamados Tigres da Ásia e, em seguida, da Argentina e da Rússia.

O apelo ao calote, por parte do Equador, ainda ocorre num momento de grande tensão com a ameaça de falência das três principais fábricas de automóveis dos Estados Unidos – GM, Chrysler e Ford – e os tumultos estudantis que convulsionam a Grécia e começam a estender por potências européias.

Equador – O Equador é hoje dirigido por um jovem economista formado nos Estados Unidos, Rafael Correa, de 45 anos, que se transformou num líder nacionalista, na mesma linha de Hugo Chávez, da Venezuela, e de Evo Morales, da Bolívia, e dos Kirchner, da Argentina..

Correa, que já havia declarado sua intenção de não pagar uma dívida ao BNDEs, do Brasil, defendeu sua decisão de não continuar pagando suas obrigações externas com a tese de “ilegalidade” e “ilegitimidade”. Uma auditoria, por ele conduzida, da dívida determinou estes fatores na maioria de suas modalidades, especialmente a dívida comercial e parte de créditos multilaterais e bilaterais. – Dei a ordem para que não sejam pagos os juros, então o país está em falta, em moratória de sua dívida externa – disse Correa em uma declaração a jornalistas na cidade portenha de Guayaquil. – Todavia, seguimos estudando com advogados nacionais e internacionais as estratégias jurídicas para impugnar uma dívida ilegal e ilegítima – acrescentou. (Detalhes no Globo)

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