O mais novo escândalo da Colômbia, aquele em que os militares vêm matando inocentes, principalmente jovens, para inflar o número de baixas das FARC (guerrilhas) e, assim, justificar mais ajuda econômica dos Estados Unidos, não teve grande destaque na mídia, tanto nacional como internacional.

É que a Colômbia vinha sendo alardeada, pela mesma mídia e os setores neoliberais como o grande modelo de combate à violência a ser seguido pelo restante dos países, sobretudo os latino-americanos. Nada se falava das atrocidades cometidas pelos chamados para-militares, responsáveis por matanças indiscriminadas e cuja associação com o Governo do atual presidente Álvaro Uribe era notória.

Não obstante, governadores de nossos principais estados e prefeitos de grandes capitais se deslocaram, em grandes comitivas, para Bogotá a fim de conhecer e, se possível, aplicar o modelo colombiano em suas comarcas. Tais visitas tiveram, como de hábito, generosos espaços na grande mídia que, agora, acanhada, faz de conta de que o assunto não é lá tão grave.

Até a notícia de que ontem os Estados Unidos cortaram a ajuda financeira a três unidades do Exército colombiano envolvidas no escândalo mereceu mera notinha de pé de página. Como se sabe,
os norte-americanos enviam anualmente US$ 600 milhões à Colômbia, país que mais recebe ajuda dos EUA fora do Oriente Médio, para “ajudar” no combate à guerrilha e ao narcotráfico. E isso depois que o escândalo obrigou o comandante do Exército, Mario Montoya, a renunciar na última terça-feira.

A propósito, que tal relembrar a política de direitos humanos de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, tão enxovalhada por esses mesmos setores determinantes na formação cidadã? Clique aqui para ver trechos do livro jornalista Osvaldo Maneschy “Com a Palavra Leonel Brizola”.

Do autor:

Obrigado pela generosa citação no blog. Atual é Leonel Brizola. Atualíssimo. Por isso estou trabalhando em nova e ampliada segunda edição do livro “Com a Palavra Leonel Brizola” para lançá-la, se tudo correr bem, em junho do ano que vem.

Estou trabalhando em cima de horas e horas de gravação das falas de Brizola para militantes do PDT, para a imprensa, para públicos diversos; além de palestras e entrevistas concedidas para rádios e tevês.

Um grande acervo que vem sendo transcrito há meses. Brizola merece.

A sua visão singular do Brasil e dos brasileiros, da questão internacional – além de sua sensibilidade social e política – nos fazem falta nos dias de hoje, de neoliberalismo, de perdas internacionais e crise econômica. Com a 2a. edição pretendo apreender e passar adiante um pouco mais do que nos ensinou em suas falas. Apreender o que chamava de seus pensamentos conclusivos. Os jovens de hoje podem aprender muito com ele.

Abraço grande, Leite.

Osvaldo Maneschy