(Publicado originalmente em Ter, 19 de Maio de 2009 17:17)
Alguém já se colocou no lugar dos mexicanos, obrigados a ficar 12 dias reclusos em casa, por causa da gripe suina? Como enfrentar o tédio, a tensão familiar e a angústia de não poder sair pelas ruas daquela gigantesca megalópolis de 20 milhões? A TV, o jogo de baralho, a internet foram algumas das opções. Com o tempo, porém, se tornavam tediosas – sempre a mesma coisa.
Foi aí que a estudante Andrea Ortega, de 23 anos, impressionada com os relatos de depressão e revolta de seu amigos inscritos no Facebook, G-Talk, MSN Messenger e outras redes sociais, teve uma idéia estimulante. Fazer um documentário, na base mesmo do webfilme, reunindo os principais testemunhos, em vídeos separados, que ela solicitou através do blog criado ali mesmo: http//:diasdeencierro.com (dias de reclusão).Como todo o material foi obtido na internet, ela não terá de gastar praticamente nada. Todos os programas de edição, fotos, vídeos estão à disposição dos internautas, de forma gratuita e relativamente simples de operar. Junto com os programas estão os tutoriais espalhados nos mais diversos e populares sites e blogs para a modalidade.
Em depoimento ao site “link“, do Estadão, a webcineasta Andrea Ortega, que se prepara para colocar o filme no Youtube, no início de junho, falou de sua experiência. Um pequeno detalhe: o documentário acabou constituindo sua tese de mestrado junto à sua faculdade de comunicação, em que ela estuda no último ano.“Eu queria ver as pessoas, como encaravam esse momento. Não queria palavras.” Isso foi no dia 28 de abril – quatro dias após o governo pedir para os mexicanos ficarem em casa, relata o “link”, para concluir:.
“A estudante conseguiu 50 depoimentos, a maioria de moradores da Cidade do México. E o que era só um trabalho acadêmico virou um “webfilme” que deve estrear num dos mais conceituados sites de cinema do México. “Meu professor, quando viu todo o barulho, fez questão de me lembrar que era um trabalho universitário. Lógico, com proporção e repercussão inimagináveis.”