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Chomsky fala de Israel, Estados Unidos e América do Sul

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O pensador e ativista americano Noam Chomsky, de 88 anos, concedeu recente entrevista ao jornal francês Le Monde, em que fala de seu  novo livro “Esperanças e Perspectivas” e da realidade mundial pós George W. Bush. Na tradução em espanhol para o site Rebelion, e reproduzido por Telesur, Chomsky discorre sobre a recente apreensão da frota de barcos com alimentos para a população da faixa de Gaza, em que o exército israelense matou nove ativistas dos direitos humanos; da política nos Estados Unidos, com Obama, o qual, considera mais duro que Bush, em certos aspectos; e, surpreendentemente, da situação na América do Sul, que ele acredita estar avançando na direção de uma maior independência das grandes potências.

A primeira parte do livro, diz ele, trata da América do Sul, pois aí temos muitos e esperançosos acontecimentos. Pela primeira vez, em quinhentos anos, desde a época dos conquistadores, a América do Sul está começando a conseguir um certo grau de independência e integração e a poder enfrentar pelo menos alguns de seus mais graves problemas internos.  A estrutura colonial é extremamente arraigada na região, onde há uma concentração muito intensa da riqueza em algumas elites europeizadas, de maioria branca, rodeadas de um panorama terrivelmente trágico, e com a pior desigualdade do mundo, numa região que tem muitos  recursos e potencial. Nesse sentido, estão se dando alguns passos para corrigir isso.

Sobre a situação em Israel, Noam Chomsky não tem muita esperança: “Sequestrar barcos em águas internacionais e matar passageiros é um delito muito grave. Mas esse delito (por parte de Israel) não tem nada de novo. Há dezenas de anos que Israel sequestra barcos entre o Chipre e o Líbano, matando ou sequestrando seus integrantes e levando-os muitas vezes para o país, que tem prisões secretas e câmaras de tortura, mantendo-os como reféns, em alguns casos, por muitos anos. Israel tem alegado que pode perpetrar tais casos com impunidade, porque os Estados Unidos os toleram, e a Europa faz, em geral, o que dizem os Estados Unidos.

O pensador tampouco tem esperanças com relação ao presidente Barak Obama: “Suas políticas são inclusive mais duras que as de Bush – pai e filho. Exatamente, agora, por exemplo, há uma controvérsia  quanto à expansão dos assentamentos. É muito parecida com a controvérsia que surgiu há 20 anos, quando o primeiro George Bush e seu secretário James Baker, estava no poder. Lembre-se que houve um tempo em que, cada vez que Baker viajava a Jerusalém, o primeiro ministro, Ytzhak Shamir, aproveitava a ocasião para anunciar um novo assentamento, como para  insultar Baker. E Baker não gostava que lhe insultassem. Mas Bush apenas penalizou Israel, impondo ligeiras sanções em forma de restrições nas garantias dos créditos  para gastos nos assentamentos. E isto foi suficiente para Israel mudar sua política

“Bom,isto é exatamente o que está acontecendo agora”, conclui Noam Chomsky, “com uma diferença. Obama disse que não vai impor nenhuma sanção e que seus protestos são puramente simbólicos, como explicou seu porta-voz.  Além disso, todo o palavrório sobre a expansão dos assentamentos é coisa de notícia de pé de página: o problema é a expansão dos assentamentos. A posição de Obama tem sido de reiterar o que George W. Bush (filho) disse e o que está na Folha de Ruta, que diz, em primeiro lugar, que não pode haver nenhuma expansão a mais, nem como crescimento natural”.

(Clique aqui para a íntegra da entrevista)

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