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Mino revela como saiu da Veja, coisa da ditadura

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Nós já nos reportamos aqui sobre a cumplicidade da chamada grande imprensa com as ditaduras civil-militares que obscureceram a América Latina desde 1964, mas, por força do fluxo do noticiário, nos detivemos na Argentina, onde a repressão foi mais implacável. Eis que hoje me deparo com o editorial de Mino Carta, da Carta Capital desta semana, no. 612, em que, de passagem, conta por que saiu da Veja, primeira revista brasileira de informação do Brasil, que ele criou – uma de suas obras jornalísticas que ainda incluem Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, e, por último, Carta Capital- , em 1968, em pleno golpe recrudescido, como se dizia na época. É melhor que a gente saiba pelas suas próprias palavras como ele foi”convidado” a se mandar dessa revista, que hoje tanto “fala mal” daqueles regimes,

“Veja sofria censura feroz”, conta ele no ediotrial, “enquanto a Editora Abril pretendia um empréstimo de 50 milhões de dólares (estamos em meados dos anos 70) para consolidar no Brasil dívidas contraídas no exterior. O próprio ditador Geisel, pela boca de Armando Falcão, ministro da Justiça (Justiça?), decretou seu niet, a não ser que se livrassem do acima assinado. Quem tiver dúvidas a respeito, leia o livro Fragmentos de Memória, de Karlos Rischbieter (Travessa dos Editores, 2007), que presidia então a Caixa Econômica Federal, à qual a Editora Abril recorrera”.

E conclui: “Tirei o meu modesto time de campo antes da expulsão. Pela elementar razão de que me recusava a negociar minha saída. Quem sabe levasse um bom dinheiro, espécie de comissão sobre o empréstimo da Caixa a ser concedido juntamente com o fim da censura. Ocorre que não queria um único, escasso centavo saído dos bolsos de Victor e Roberto Civita. Vici e Arci: assim hão de ser pronunciadas suas iniciais”.

Veja também:

A íntegra do Editorial de Mino

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