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Acordo Brasil, Irã e Turquia ainda está na mesa

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O ministro das Relações Exteriores da Turqia, Ahmet Davutoglu afirma, em entrevista à Folha, que que o acordo sobre o programa nuclear do Irã mediado por Brasil e Turquia ainda está na mesa e que tem conversado com frequência com o colega brasileiro, Antonio Patriota.

No cargo desde 2009, Davutoglu tem sido comparado ao ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, pelo protagonismo que imprimiu à política externa turca em temas regionais e globais. Ele também respondeu à sugestão de analistas de que a Turquia, onde um partido de inspiração islâmica governa desde 2002, pode ser um exemplo para os vizinhos sobre como conciliar religião e democracia. “Não consideramos ou impomos a Turquia como modelo ou exemplo, mas como uma fonte de inspiração.”

Abaixo, a íntegra da entrevista:

FOLHA – O fato de que a revolta na Líbia pode ter chegado a um impasse pode deter a mobilização popular e as reformas em outros países da região, em especial as monarquias do golfo Pérsico?
Ahmet Davutoglu – Mudança e transformação são necessidades há muito esperadas no Oriente Médio e no norte da África. Pensamos que essa transformação deve ocorrer de modo a permitir a acomodação das expectativas legítimas dos povos.

Cada um dos países da região tem condições políticas e históricas diferentes. Há diferenças em termos de condições sociais e econômicas e também em desenvolvimento humano. Todo país tem seu modo particular de acomodar as demandas e as expectativas do próprio povo. Por isso, é difícil antecipar em que extensão os eventos em um país poderiam afetar os acontecimentos em outros países da região.

Nesse cenário, não é possível implementar o processo de mudança e transformação em todos os países por meio de um modelo único. Mas alguns princípios básicos podem ser mencionados: a restrição ao uso da força; a adoção de métodos baseados no diálogo e no consenso nacional de base ampla ao invés da confrontação; e a conquista de mudanças por meio de dinâmicas internas.

A comunidade internacional deve contribuir para os processos dentro da moldura desses princípios. A abordagem para cada país deve ser determinada com cuidado, de modo a não reverter a onda da transformação na região. Por outro lado, lamentamos profundamente que o rumo dos eventos na Líbia tenha se desvirtuado para um conflito prolongado e custado muitos mortos e feridos. (Continua no site da Folha)

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