O jornalista e ativista político Beto Almeida passou uma semana verificando a aplicação da Lei da Mídia, em diversas cidades da Argentina, onde também deu conferência e participou de debates sobre os avanços da democratização da informação no país vizinho. Nesta entrevista a FC Leite Filho, Beto, também presidente da TV Cidade Livre de Brasília e representante da Telesur, o canal multiestatal da Venezuela, Argentina, Cuba, Bolívia e Uruguai, faz o seguinte balanço daquela realidade:
– o surgimento de vários canais de TV e rádio alternativos, 50 só nas universidades, abrangendo todas as províncias (estados);
– um boon da produção audivisual para a TV;
– fortalecimento da TV Pública, agora com repetidoras para todo o país;
– Canais nacionais segmentados na TV Digital que tratam da Educação, Crianças, Cinema e de Ciência e Tecnologia.
Beto Almeida reconhece que a lei não pôde ser aplicada na sua totalidade por causa da monopolização do Grupo Clarín, o conglomerado abarcando rádio, TV, internet, TV a Cabo, que embargou alguns artigos da lei tratando especificamente da repartição do monopólio para contemplar igualmente os setores privado, social e governamental. Mas sustenta que os avanços na diversidade informativa e na produção de conteúdos já são bem batentes, tornando-se exemplos para o Brasil, que, infelizmente, continua emperrado neste aspecto, passados 12 anos dos governos populares de Lula e Dilma Rousseff.
1a. parte
2a. parte