O PDT de Brizola é peça-chave no processo sucessório, sobretudo agora quando seu papel é relevado nas comemorações dos 60 anos da morte do presidente Getúlio Vargas e dos dez do ex-governador Leonel Brizola. Por isso, fomos ouvir, nesta entrevista de FC Leite Filho, blog do Café na Política, o presidente nacional do partido e ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que comentou o chamado movimento “Volta Lula”. Para Carlos Lupi, o movimento que já vem se arrefecendo inclusive no noticiário, “é uma possibilidade zero” e reflete mais “a posição de uma parcela dos que perderam poder. São pessoas que começam a se movimentar, como ele diz, para atacar as virtudes da presidenta (Dilma Rousseff), sua honradez e capacidade de conter os malfeitos”.
(Programa retransmitido pelo TV Cidade Livre de Brasília, Canal 12 da NET em Brasília, às segundas, às sete da manhã, quartas, às 19:30 e às quintas-feiras, às 13 horas)
Sobre o declínio da presidenta nas últimas pesquisas de opinião, Lupi também foi taxativo: “Pesquisa é como medir pressão. De manhã, pode estar em 15 por 8, de tarde, em 12 por sete, e de noite, pode voltar para 20. Depende do médico, do aparelho, do que você comeu antes”. Lupi disse não se iludir com pesquisas, inclusive porque estas servem para qualquer gosto: “Depende de quem encomenda, de quem paga e de quando foi feita”. Para ele, “a pesquisa que vale é a pesquisa do voto”, o que, no caso, só será feita no dia da eleição, no próximo cinco de outubro.
O ex-ministro ainda ainda falou do lançamento do livro “A Era Vargas”, do jornalista José Augusto Ribeiro, ocorrido no último dia seis de maio, na Câmara dos Deputados, com um debate entre políticos e intelectuais (veja matéria em breve). A seriedade e a amplitude da obra do jornalista, autor de outros livros, como uma biografia de Tancredo Neves, foram apontadas pelo dirigente pedetista como uma das descrições mais didáticas e completas do período marcado pela presença de quase 20 anos de Getúlio Vargas no comando da vida nacional, encerrado com o trágico suicídio do estadista, no 24 de agosto de 1954: “Aquele tiro no coração”, disse Carlos Lupi, “não foi no Getúlio, foi um tiro nessas mentes infames, nos difamadores que não aceitavam o projeto de nação brasileira”, defendido pelo presidente nacionalista, que se suicidou em protesto contra uma violenta campanha de mídia. Ele próprio vítima de outra insidiosa campanha que o obrigou a deixar o ministério do Trabalho, em 2011, depois de cinco anos na pasta, seguindo a trilha de João Goulart, também forçado, pelas mesmas razões, a deixar o ministério, em 1953, Carlos Lupi está convencido de que, como dizia a frase de um para=choque de caminhão, que viu na estrada de Petrópolis, no auge da sua pancadaria midiática, “a verdade é filha do tempo”.
Caro jornalista Leite filho, primeiramente parabéns pelo Café na Política, onde há esclarecimento sobre os fatos políticos que são apresentados de maneira mentirosa pela grande mídia. Sou filiado ao PDT pela centésima décima sexta zona eleitoral do município do Rio de Janeiro, que aliás, diga-se de passagem, não se reúne. Ótima entrevista com nosso presidente Carlos Lupi, com sua análise do momento atual, que nada mais é do que o prolongamento do que começou com Vargas, prolongou-se com Brizola e agora chega sofisticado no governo Dilma, demonstrando o desespero ante a possibilidade concreta de sua continuidade com a reeleição. Permito-me discordar do Lupi quanto ao fato do ” mea culpa” da grande mídia a respeito do golpe de 64. Na minha opinião há uma tentativa de justificar o golpe pelos erros de Jango, como se fosse inevitável. De resto, um grande abraço a você e ao Carlos Lupi.